5 de junho de 2012

Matar para Não Morrer - Mary Del Priore - Editora Objetiva Ltda.


Recomendo a leitura o livro “Matar para Não Morrer” da autora e especialista em História do Brasil Mary Del Priore por que após consultar livros, periódicos e ter acesso a cartas e bilhetes, do período de 1904 a 1951, Mary levou a público em 2009 o resultado de suas pesquisas sobre um dos assuntos mais polêmicos entre as famílias brasileiras da época “Dilermando Cândido de Assis foi o assassino do escritor brasileiro Euclides Rodrigues da Cunha ou Euclides suicidou-se pelas mãos de Dilermando?”.

É na voz dos filhos, cartas e bilhetes o leitor vai construindo passo a passo o desenrolar dos fatos do ponto de vista emocional.

Em minha opinião, a qual certamente ainda preciso amadurecer, Anna de Assis descobriu-se apaixonada por Dilermando, motivo pelo qual não mediu esforços ou conseqüencias para construir uma vida a dois diante de uma sociedade que justificava certas ações públicas como “em defesa da honra”.

Uma palavra que costuma aparecer com freqüência na obra “Matar para Não Morrer” é “fatalidade. Confesso que em momento algum faço a leitura de um só acontecimento que possa ser sublinhado por tal significado. Fatalidade se origina da independência dos desejos, emoções e ações da existência humana.

Também é chamado o leitor a um momento de reflexão diante das seguintes afirmações contidas na obra em questão:

“A esposa tinha que ser a imagem pública da vida privada do marido.”

“Uma verdadeira coerção social pressiona o indivíduo. Ninguém é obrigado a ser poltrão e a reação se dá, por vezes, de forma exagerada.”

Recomendo também, como forma complementar de informações sobre os episódios “Dilermando X Euclides”, assistir aos vídeos “Desejo - minissérie brasileira - escrita por Glória Perez” - TV Globo em 1990.

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